2.5.08

Batman Begins Revisitado

Com um atraso de três anos e imbuído do espírito do "antes tarde do que nunca" resolvi escrever umas linhas sobre o último - até então - longa do Morcego. E, às vésperas do lançamento de The Dark Knight, não poderia ter encontrado momento mais oportuno.

Antes de tudo, quero deixar claro que, como fã do vigilante de Gotham desde os dez anos posso me dar ao luxo de ser chato. Também devo dizer que gostei bastante do filme. Foi ótimo ver o Morcego na tela sem as afetações carnavalescas de Joel Schumacher (leia-se mamilos). Atores de peso, como Michael Caine, Morgan Freeman, Liam Neeson e Gary Oldman não são unidos na mesma película todo dia. Mas como o filme já foi babado demais pela crítica durante esse tempo todo, vou expor minha visão como de quadrinhos.

Comparado aos filmes anteriores, Batman Begins é o mais fiel aos quadrinhos até agora. Seria perfeito se não fosse por alguns detalhes. Ok, alguns nem são tão "detalhes" assim, como no remendo de roteiro ao atrelarem o treinamento de Bruce Wayne a Ra's al Ghul. Qual o sentido disso? Economizar apresentações ao vilão? E quanto a fundir Ra's e Henri Ducard ao mesmo personagem? Isso certamente tirou o sono dos fãs mais xiitas. E que fim levou Talia? E o Poço de Lázaro? Pequenas mancadas que fazem toda a diferença para os fãs mais antenados.

Agora vamos ao meu favorito: O Espantalho. Esqueça o mentecapto magricela Jonathan Crane dos quadrinhos e suas roupas esfarrapadas. O mestre do medo foi substituído por um metrossexual engomadinho num terno - um Espantalho "social". O personagem de Cillian Murphy, ao contrário de todo grande vilão, não tem motivação alguma e muito menos carisma, fazendo de cada aparição sua na tela um verdadeiro desastre.

Outras escorregadas são percebidas ao longo da trama, alguns sem grande importância, como o casal Wayne e Bruce terem ido à opera na noite fatídica, embora há muito convencionado nos quadrinhos que ele foram assistir à Marca do Zorro (direitos autorais, talvez?); a invenção de Rachel Dawes, que nunca existiu nas HQs e a irritante mania do Morcego em revelar sua identidade para toda mulher bonita que lhe aparece.

Em suma, Batman Begins é um grande filme de aventura, mas peca por não tratar Batman como uma figura icônica. Eu só tive a sensação de realmente estar vendo um "filme de Batman" na última cena quando Jim Gordon (Oldman, sempre excelente) entrega a carta com o coringa estampado ao cruzado encapuzado (spoiler, se você ainda não viu esse filme, o que está fazendo aqui?).


Hidily-ho!

Enfim, talvez eu seja exigente demais. Todos sabemos que quando se troca a mídia, modificações devem ser feitas. Só de não ter o nome Joel Schumacher envolvido em qualquer parte da produção já foi um alívio. Além do mais, a chatice de um nerd é proporcional à sua idade - principalmente dos fãs de quadrinhos (a pior corja possível, da qual faço parte).

Que venha The Dark Knight e conserte as besteirinhas deixadas pelo seu predecessor.



P.S.: Alguém pode me explicar que raio de emissor de microondas evapora água da tubulação de uma cidade inteira e deixa seus cidadãos intactos?

Um comentário:

Unknown disse...

tb achei o espantalho muito gay