23.5.08

Indy para os dias de hoje

Se tem uma série que sempre foi sinônimo de cinema para mim, desde pequeno, é Indiana Jones. Aventura, diversão e atos de heroísmo definem uma das maiores franquias do cinema hollywoodiano. E, 19 anos depois, ela está de volta.


Ambientado em 1957, em plena guerra fria, os vilões dessa vez são os comunistas. Ou semi-vilões, pois o Macartismo vigente da época é um vilão muito mais cruel que os "reds", chegando ao ponto de fazer com que o próprio Dr. Henry Jones Jr. seja afastado da escola onde leciona por suspeita de ligação ao comunismo. Nesse meio tempo, Indy encontra Mutt Williams (Shia LaBeouf), que pede sua ajuda para resgatar seu mentor Harold Oxley (John Hurt) e sua mãe "Mary" * Spoiler * (arraste o mouse na área branca por sua conta e risco) >> Marion Ravenwood (Karen Allen)* Spoiler * que estão sendo mantidos reféns pelos soviéticos. Para isso, Oxley deixa uma carta com pistas sobre sua localização e da Caveira de Cristal, objeto de interesse também dos comunistas. Pronto, já temos o MacGuffin. Agora é só curtir a jornada.

Mesmo depois de 19 anos sem viver o personagem, e com 65 anos, Harrison Ford ainda tem pique para viver o arqueólogo mais cool da história. A prova disso é quando achamos a pergunta feita por Mutt ("Quantos anos você tem? Oitenta?") absurda, mas não esperem garotas suspirando nas cenas em que Indy dá aula. O posto de galã dessa vez foi passado para LaBeouf, um arremedo de Marlon Brando na primeira cena em que aparece.

Com o cargo de vilã, Cate Blanchett agente soviética com poderes paranormais que está atrás das caveiras de cristal para deter todo o conhecimento do mundo. Cate se sai bem como a "favorita de Stalin", fria e manipuladora, mas não chega a ser uma antagonista marcante como personagem, dando a impressão de que seu poderes poderiam ser melhor utilizados. Na outra ponta da escala sentimental, é bom ter Karen Allen novamente como Marion Ravenwood. Assim como no primeiro filme, ela continua se queixando de ter sido abandonada por Indy, mas dessa vez teremos uma surpresinha a mais.

Pena que o filme tenha se deslumbrado em sua própria grandiosidade, apresentando cenas totalmente dispensáveis nas seqüências finais de ação, tornando a trama confusa, somente para se poder desfilar efeitos digitais em grande escala; motivo esse de uma das minhas maiores decepções neste filme. Muito foi alardeado sobre o uso de efeitos digitais e a estética old school prometida por Spielberg, mas no final a Industrial Light and Magic falou mais alto. Uma pena para quem está cansado de criaturas digitais e da Nova Trilogia de Star Wars, mas é um mal necessário para atrair as novas gerações para o cinema, pois não só de nostalgia se faz um blockbuster.

Tirando isso, tudo está lá: jaqueta de couro, chapéu, chicote, o sorriso cínico e o medo de cobras. Indiana Jones continua exatamente o mesmo, e tudo graças a Harrison Ford que, mesmo já na idade respeitável, esbanja jovialidade e bravura neste que é, sem dúvida, o maior herói que o cinema já exibiu.

Um comentário:

Unknown disse...

Achei muito massa o filme, talvez (quase certeza) o melhor do ano.

Não acho que o filme pecou nas cenas, mas sim, teve coisas sem necessidades, fazer o que...

Agora é só esperar pelo box!!!